Maré Vermelha !
Tem sido este o meu lugar.
Podem me procurar.
Aqui como quase ondas, permaneço.
Sento na areia.
Escondida na multidão.
Só, solta, sentindo.
É vento, é feroz.
É chuva, é tumulto.
É grito, é batida.
Escrevo em pensamentos impróprios.
Jogo minha rede em água impura.
E é gente em volta disso tudo.
Lânguida, lavada, encharcada.
Com os pés sujos.
Com a alma salgada.
Não é lama.
Não é areia,
Não é lixo.
Escondo meus pés no que parece sujeira ...
Lavo meu tempo e me despeço nos devaneios
É maré vermelha !
mona lisa budel
verão de 2006 - nas algas da maré vermelha
4 comentários:
Muito interessantes teus poemas. Têm um ritmo gostoso sempre. Entre os poemas contemporâneos, quase sempre de uma palavra por verso, esperando milhares de interpetações; ou quase em pros, mais filósoficos que estritamente poéticos, o teu caminho é o mais bonito.
Talvez possas brincar mais com os fonemas, encaixar com criatividade fonemas semelhantes.
Gostei. Gostei sim. Talvez tenha sido do que primeiro tenha gostado. E, respondendo à questão do blog do Daniel, todos nós - acho - somos meio malucos pra discutir literatura. Quando dá, com quem dá. Enfim. Bj.
olha, que surpresa boa. acho que o meu preferido daqui até hoje.
saudades de ver as águas te banharem por aqui...
beijo
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