sábado, 30 de dezembro de 2006

Maré Vermelha !


Tem sido este o meu lugar.
Podem me procurar.
Aqui como quase ondas, permaneço.

Sento na areia.
Escondida na multidão.
Só, solta, sentindo.
É vento, é feroz.
É chuva, é tumulto.
É grito, é batida.

Escrevo em pensamentos impróprios.
Jogo minha rede em água impura.
E é gente em volta disso tudo.

Lânguida, lavada, encharcada.
Com os pés sujos.
Com a alma salgada.

Não é lama.
Não é areia,
Não é lixo.

Escondo meus pés no que parece sujeira ...
Lavo meu tempo e me despeço nos devaneios

É maré vermelha !


mona lisa budel
verão de 2006 - nas algas da maré vermelha

4 comentários:

Anônimo disse...

Muito interessantes teus poemas. Têm um ritmo gostoso sempre. Entre os poemas contemporâneos, quase sempre de uma palavra por verso, esperando milhares de interpetações; ou quase em pros, mais filósoficos que estritamente poéticos, o teu caminho é o mais bonito.
Talvez possas brincar mais com os fonemas, encaixar com criatividade fonemas semelhantes.

Marcelo Labes disse...

Gostei. Gostei sim. Talvez tenha sido do que primeiro tenha gostado. E, respondendo à questão do blog do Daniel, todos nós - acho - somos meio malucos pra discutir literatura. Quando dá, com quem dá. Enfim. Bj.

Marina Melz disse...

olha, que surpresa boa. acho que o meu preferido daqui até hoje.

Polly Barros disse...

saudades de ver as águas te banharem por aqui...
beijo